"Aquele sujeito não faz mal a uma mosca."

O meu cérebro activou-se quando ouvi um familiar a dizer esta expressão: "Aquele sujeito não faz mal a uma mosca." Activou-se porque, na verdade, embora não pertença à liga dos amigos da mosca, poupo-as em demasia...

A reflexão deste artigo relaciona-se com a decisão de " fazer mal a uma mosca ou não ", quero dizer, quantas vezes já vivemos uma situação em que, perante um amigo, podemos dizer-lhe a verdade ou não. Optar entre, entristece-lo e provavelmente desagrada-lo connosco ou mentir-lhe e assim comprar mais algum tempo de falsa paz e estado de graça.

Eu, pessoalmente, compro falsa paz demasiadas vezes. E demasiadas vezes revela-se um mau negócio. Porque a verdade atrasada, em vez de fazer mal a uma mosca, fere o enxame inteiro.A verdade, que dita na hora certa pode mudar atitudes, quando dita tardiamente revela-se ineficaz na resolução de determinada situação. Ou seja, com o intuito de não promover mau-estar, de poupar alguém no presente, acabamos por feri-lo ainda mais futuramente.

Além disso, a verdade liberta-nos, fortalece-nos, enquanto a mentira, corrompe-nos, aprisiona-nos.

Mudemos a nossa atitude de modo a que, a moscas e nós, sejamos todos beneficiados.

Cumprimentos,

Miguel