Mariana namorada de Jaime, incomodada, critica:
- Que mulher vulgar!
Jaime sorri.
Quantas vezes assistimos a esta cena no dia-a-dia.
É uma expressão vulgarmente utilizada que inconscientemente nos remete para a nossa identidade e traços fisicos únicos.
A mulher que subia a avenida é vulgar, no sentido em que os acessórios que usa ( maquiagem, silicone) a igualam à maior parte das mulheres. Estas, de forma a reproduzirem o ideal fisico estipulado pela sociedade abdicam da sua originalidade para passarem à vulgaridade,camuflam traços físicos que as fazem seres unicos e irrepetíveis.
Este fenómeno é fruto de uma sociedade que estimula o consumo de bens fisicos e menospreza a faceta espiritual do homem. Esvazia o homem espiritualmente para que este apenas se alimente de bens materiais. É natural que um ser incosciente do seu lado espiritual não possua força nem vontade para se assumir diferente da maioria. O apelo de pertencer, de se sentir parte de um grupo é maior.
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